A Apple recebe aviso da UE para acabar com práticas de geo-bloqueio ‘discriminatórias’

A União Europeia acusou a Apple de discriminar ilegalmente os clientes da UE após descobrir que as medidas de geo-bloqueio da empresa de Cupertino podem violar as regras de proteção ao consumidor do bloco.

Anunciada por meio de um comunicado de imprensa na terça-feira, a Comissão Europeia e a Cooperação em Proteção ao Consumidor (CPC) disseram que uma investigação conjunta identificou “várias práticas de geo-bloqueio potencialmente proibidas” que a Apple aplica em sua App Store, iTunes Store, Arcade, Books, Podcasts e serviços Apple Music. Os problemas incluem restringir os consumidores a métodos de pagamento emitidos no mesmo país onde sua conta Apple foi registrada, impedindo downloads de aplicativos oferecidos em outros países da UE/EEE, e ter interfaces específicas da região restritivas.

“Na versão do aplicativo desses serviços, os consumidores só podem acessar a interface feita para o país onde registraram sua conta Apple e enfrentam desafios significativos ao tentar mudar isso, o que não é permitido sob as regras anti-geo-bloqueio da UE”, disse a Rede CPC no comunicado de imprensa. Essas regras e outras regulamentações de serviços da UE proíbem empresas de impor “disposições discriminatórias” sobre serviços que restrinjam clientes da UE com base na nacionalidade ou local de residência.

“Estamos intensificando a luta contra o geo-bloqueio. Nenhuma empresa, grande ou pequena, deve discriminar injustamente os clientes com base em sua nacionalidade, lugar de residência ou local de estabelecimento”, disse a Comissária Europeia Margrethe Vestager no comunicado de imprensa.

A Apple tem um mês para propor compromissos para resolver os problemas de geo-bloqueio, ou arriscar-se a enfrentar “medidas de aplicação para garantir a conformidade” – que podem incluir penalidades de até quatro por cento do faturamento global anual da Apple. A empresa já foi multada em €1,84 bilhão (cerca de $2 bilhões) pela UE por violações de antitruste e, segundo relatos, enfrenta uma nova penalidade por práticas de “anti-direcionamento” que podem chegar a impressionantes $38 bilhões.

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