Último relatório da ONU exige cortes de emissões ‘sem precedentes’ para salvar metas climáticas

O Programa Ambiental das Nações Unidas divulgou um novo relatório com mais notícias sombrias sobre nossas chances de evitar um desastre climático causado por emissões de gases de efeito estufa. De acordo com esta avaliação, a trajetória atual dos compromissos internacionais verá a temperatura do planeta aumentar 2,6 graus Celsius ou mais ao longo deste século. Essa quantidade de mudança de temperatura levaria a eventos climáticos mais catastróficos e ameaçadores à vida.

Os membros da ONU devem apresentar suas últimas Contribuições Nacionalmente Determinadas antes da conferência COP30 no Brasil no próximo ano. As NDCs estabelecem o plano de cada país para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Uma parte das NDCs visa alcançar a meta estabelecida pelo Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius, e uma parte visa manter o aumento da temperatura global dentro de 2 graus Celsius, menos ideal. Embora o relatório afirme que é tecnicamente possível alcançar a meta do Acordo de Paris, ações muito maiores serão necessárias para reduzir as emissões na quantidade necessária.

“Aumentar a implantação de tecnologias de energia solar fotovoltaica e de energia eólica poderia fornecer 27% do potencial total de redução de emissões em 2030 e 38% em 2035”, exemplifica o relatório sobre o que ainda é necessário. “A ação sobre florestas poderia fornecer cerca de 20% do potencial em ambos os anos.”

“Cada fração de grau evitada conta em termos de vidas salvas, economias protegidas, danos evitados, biodiversidade conservada e a capacidade de reduzir rapidamente qualquer excesso de temperatura”, escreveu a Diretora Executiva do Programa Ambiental da ONU, Inger Andersen, no prefácio do relatório.

A colaboração internacional, os compromissos governamentais e as contribuições financeiras também serão essenciais para voltar ao caminho certo para as metas de 2 graus ou 1,5 graus. “As nações do G20, especialmente os maiores emissores, teriam que fazer o trabalho pesado”, lê-se no relatório.

Se tudo isso soa familiar, é provavelmente porque a ONU emitiu os mesmos avisos severos em seus relatórios anuais sobre emissões por vários anos. E outros relatórios ecoaram seus apelos, como as descobertas condenatórias feitas no início deste ano de que apenas 57 empresas são responsáveis por 80% das emissões de dióxido de carbono em todo o mundo.

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